Pensando na aula de jornalismo e instigada por questões freudianas me pus a refletir sobre qual será o futuro do repórter. Não almejo ser uma “provedora de conteúdo”. Não quero que o repórter se torne um fofoqueiro do cotidiano. Massa crítica, análise, foco, destaque, ângulo, visão e perspectiva de trazer consciência ao povo. Minha missão não é contar aos outros o que está acontecendo no Brasil e no mundo. Não pode ser. E por mim não será. Fazer história? Quem sabe.
Para concretizar as dúvidas e incertezas que cercam esse mundo globalizado, do mercado, do profissional multimídia, do abalo global, das crises, das bolhas, da política, do consumo, Carlos Alberto Di Franco - ontem na página 7 do Globo – aumentou o nó que agora já não sei mais desatar.
Exigem de nós, aspirantes a jornalistas uma maior qualidade na apuração, um aprofundamento e numa corrente oposta nos é imposto um profissional multifacetado, informado – que possa fazer matéria para o jornal, rádio e tv – pensando na linguagem, no tamanho, no tempo. Como agregar qualidade, entrevistas cara a cara, textos bem feitos se tudo precisa sair no mesmo segundo que acontece?
É impossível e improvável que haja um profissional capaz de desempenhar com habilidade e perfeição tamanha lista de tarefas e ainda sim possa ser um jornalista de grandes reportagens. É simples: não dá.
Por tudo isso vejo que os bons, aqueles que chegaram lá, foram reconhecidos são poucos e raros. Jornalismo de qualidade demanda pessoal e tempo. Jornalismo de hoje não tem mão de obra e muito menos tempo. E aí? Pra onde vamos?
Na teoria é lindo, mas na prática é duro.
Quero escrever para o leitor que Carlos Alberto disse em sua coluna existir- aquele que quer algo mais, não o que ele pode conseguir na televisão ou na internet.
A civilização é feita pela linguagem. É pela via de representação que o ser humano suporta a angústia de viver a cada dia. Não dá para pensar num futuro tão brochante. Não dá para não revestir de sentidos, signos para no fim das contas se transformar num mero “provedor de conteúdos”.
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