O caçador de pipas é um livro que agrada a muitos – afinal é um best seller - e desagrada também – porque é um best seller - eu estou do lado dos que amaram e se debulharam em lágrimas.
Ao contrário da maioria, vi o filme e depois li o livro. Uma experiência não muito boa, pois todos os mistérios que envolvem a trama eu conhecia. Por outro lado não me frustrei com o filme. Mesmo assim sofri, chorei e me emocionei durante a leitura.
Envolvente do início ao fim é um romance do tipo hollywoodiano, mas que passa uma mensagem. A história de amor entre Hassan o empregado hazara e Amir o patrão complexado, poderia ter se transformado num dramalhão mexicano, mas foge do clichê e surpreende (aqueles que não viram o filme antes claro!).
Uma relação frágil - repleta de altos e baixos - assim como o movimento das pipas no ar. A amizade se torna tão dramática quanto o Afeganistão, palco da história. Se inicia na década de 70, ainda no período monarca daquele país, passa pela invasão soviética nos anos seguintes e se desemboca no terror do regime Talibã. Mais que um pano de fundo, a história sangrenta do Afeganistão é determinante na trama e em seu desfecho.
A amizade é posta em cheque a todo o momento e os valores daquele povo nos fazem pensar - lealdade, pecado, morte, honra, o que realmente importa?
Vale a pena em barcar!
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Que país é esse???
Que país é esse de notícias ruins nos jornais, de policiais que matam inocentes, de políticos corruptos e de um analfabeto como presidente?
Que país é esse de crianças nas ruas ao invés da escola, de malandros bons de samba e de meninos bons de bola?
Que país é esse de ruas esburacadas, engarrafamentos quilométricos e muitas mortes nas estradas?
Que país é esse que tem a Amazônia como bem precioso, o Cristo como maravilha e um controle de bebidas bem rigoroso?
Que país é esse que está nas Olimpíadas, que possui praias lindas de Norte a Sul e onde o funk já virou mania?
Que país é esse de pobres e ricos, culpados e inocentes, mortos e feridos?
Que país é esse? Não sei se consigo explicar. Só sei que é um país que ainda tem muita história para contar.
Que país é esse de crianças nas ruas ao invés da escola, de malandros bons de samba e de meninos bons de bola?
Que país é esse de ruas esburacadas, engarrafamentos quilométricos e muitas mortes nas estradas?
Que país é esse que tem a Amazônia como bem precioso, o Cristo como maravilha e um controle de bebidas bem rigoroso?
Que país é esse que está nas Olimpíadas, que possui praias lindas de Norte a Sul e onde o funk já virou mania?
Que país é esse de pobres e ricos, culpados e inocentes, mortos e feridos?
Que país é esse? Não sei se consigo explicar. Só sei que é um país que ainda tem muita história para contar.
sexta-feira, 8 de agosto de 2008
Resenha
A morte e a morte de Quincas Berro Dágua, é uma crítica azeda aos comportamentos burgueses. Misturando humor e ironia, narra a história de um funcionário público, pai e marido exemplar que ao se aposentar joga tudo para o alto e se transforma em um malandro que passa a viver entre a dita ralé de Salvador.
A trama desenvolve-se em torno de um povo simples e rude e é narrada numa linguagem que esse povo fala e entende. Neste contexto, Jorge Amado não preza o rigor e a técnica da construção literária, nem as normas gramaticais e ortográficas. Usa a linguagem oral, corriqueira, com expressões e termos regionais.
Descritivo ao máximo, mistura sonho e realidade; loucura e racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante.
A drástica transformação do respeitado Joaquim Soares da Cunha no malando Quincas Berro Dágua representa o grito de um homem que vivia dominado e cerceado por preconceitos da sociedade burguesa e que um dia rompe as amarras e foge para a “liberdade”.
Cai na “vida”, no alcoolismo, na jogatina. Troca a família pelas prostitutas, bêbados, jogadores e contraventores. Sempre disposto a mais uma farra ou bebedeira. Ao adotar um novo estilo de vida, passa a ser mais feliz, respeitado e admirado entre seus novos amigos. Era o paizinho, sábio e conselheiro.
Ao renunciar à família, mudar de ambiente e de costumes, Quincas morre pela primeira vez na solidão de seu quartinho imundo. Tal fato detona todo o processo de reconhecimento e desconhecimento por parte da família “real” e da família adotada.
Sua família de sangue, após sua morte, tenta recuperar o prestígio social de Joaquim Soares, vestindo-o e rememorando seu passado exemplar. Mas a “nova” família, ao deparar-se com tal pompa, não reconhece o velho Quincas. Durante o velório, já embriagados, seus amigos levam o defunto para sua última farra e terminam a noite em um saveiro, onde Quincas morre pela segunda vez, ao cair ao mar, não deixando qualquer testemunho físico de sua passagem pela vida.
A trama desenvolve-se em torno de um povo simples e rude e é narrada numa linguagem que esse povo fala e entende. Neste contexto, Jorge Amado não preza o rigor e a técnica da construção literária, nem as normas gramaticais e ortográficas. Usa a linguagem oral, corriqueira, com expressões e termos regionais.
Descritivo ao máximo, mistura sonho e realidade; loucura e racionalidade; amor e desamor; ternura e rancor, de forma envolvente e instigante.
A drástica transformação do respeitado Joaquim Soares da Cunha no malando Quincas Berro Dágua representa o grito de um homem que vivia dominado e cerceado por preconceitos da sociedade burguesa e que um dia rompe as amarras e foge para a “liberdade”.
Cai na “vida”, no alcoolismo, na jogatina. Troca a família pelas prostitutas, bêbados, jogadores e contraventores. Sempre disposto a mais uma farra ou bebedeira. Ao adotar um novo estilo de vida, passa a ser mais feliz, respeitado e admirado entre seus novos amigos. Era o paizinho, sábio e conselheiro.
Ao renunciar à família, mudar de ambiente e de costumes, Quincas morre pela primeira vez na solidão de seu quartinho imundo. Tal fato detona todo o processo de reconhecimento e desconhecimento por parte da família “real” e da família adotada.
Sua família de sangue, após sua morte, tenta recuperar o prestígio social de Joaquim Soares, vestindo-o e rememorando seu passado exemplar. Mas a “nova” família, ao deparar-se com tal pompa, não reconhece o velho Quincas. Durante o velório, já embriagados, seus amigos levam o defunto para sua última farra e terminam a noite em um saveiro, onde Quincas morre pela segunda vez, ao cair ao mar, não deixando qualquer testemunho físico de sua passagem pela vida.
Releitura, vintage e retrô
A moda cíclica - roupas e acessórios que voltam depois de anos
Se não voltássemos no tempo de coleção em coleção, a moda seria uma loucura, com criações surreais e inimagináveis. Que pecado seria se não pudéssemos reaproveitar idéias de sucesso e recriar, dando cara nova ao estilo clássico e eterno. Pois este aspecto retrô da moda está a nosso favor. Pra começar, é um passaporte para uma viagem no tempo e podemos até entender um pouco mais de história quando atentamos para os detalhes exibidos em cada peça que vestimos. Mas, se a onda retrô está com tudo, vamos embarcar!
Falar em tendências num mundo tão diversificado é quase uma contradição. Pela rapidez de informações estamos sempre abertos a constantes mudanças culturais, aos sinais advindos das mais diversas áreas. Devemos aceitar essas diferenças e misturas, reler o passado, combinar materiais e texturas, recriando um estilo com uma linguagem contemporânea. Os desfiles do verão2008/09 foram a prova de que a releitura da moda está mais do que em alta. Itens até pouco tempo considerados bregas voltaram com tudo, fazendo uma releitura dos ícones da moda dos últimos 40 anos - do romantismo dos anos 50 até a moda grunge dos anos 90.
Se não voltássemos no tempo de coleção em coleção, a moda seria uma loucura, com criações surreais e inimagináveis. Que pecado seria se não pudéssemos reaproveitar idéias de sucesso e recriar, dando cara nova ao estilo clássico e eterno. Pois este aspecto retrô da moda está a nosso favor. Pra começar, é um passaporte para uma viagem no tempo e podemos até entender um pouco mais de história quando atentamos para os detalhes exibidos em cada peça que vestimos. Mas, se a onda retrô está com tudo, vamos embarcar!
Falar em tendências num mundo tão diversificado é quase uma contradição. Pela rapidez de informações estamos sempre abertos a constantes mudanças culturais, aos sinais advindos das mais diversas áreas. Devemos aceitar essas diferenças e misturas, reler o passado, combinar materiais e texturas, recriando um estilo com uma linguagem contemporânea. Os desfiles do verão2008/09 foram a prova de que a releitura da moda está mais do que em alta. Itens até pouco tempo considerados bregas voltaram com tudo, fazendo uma releitura dos ícones da moda dos últimos 40 anos - do romantismo dos anos 50 até a moda grunge dos anos 90.
Depois do on line
A competição entre mídias aumenta. Os poderosos grupos de comunicação usam todos os meios para garantir e melhorar seu “negócio”. O que antes era considerado uma atividade boêmia e descompromissada, hoje é visto basicamente como business. Para assegurar o consumo, as mídias apelam para matérias sensacionalistas, prejudicando o conteúdo e a qualidade da informação. O reflexo disso: leitores alienados, desinformados e perdendo o senso crítico.
O advento da internet, a notícia 24 horas por dia, a incessante busca do on-line pelo “exclusivo”, “inédito” e o noticiário televisivo muitas vezes espetaculoso, contribuíram para as mudanças drásticas na forma de transmitir a informação do impresso. Não dá mais para o “velho jornal” ter um furo, por isso cabe ao impresso investir no aprofundamento dos fatos, “ser analítico, original e interpretativo”, como cita Álvaro Caldas.
“A não distinção do jornalismo na TV, sobre o que interessa ao público, e o que é de interesse público”, citado por Ricardo Noblat, vem afetando o jornalismo impresso. Oferecer ao leitor apenas o que ele quer, não é cumprir o dever do jornal, que é o de informar e conscientizar a população.
A maneira de trabalhar dos jornalistas mudou. A redação se modernizou. O jornal se informatizou. Contudo, o impresso sobreviveu. Os impérios - digital, do consumo e do dinheiro - tentaram, abalaram, mas não destruíram a essência do jornal diário.
Os áureos tempos da redação, a época da máquina de escrever, cigarros e jornalistas entrosados, amigos não retornaram, permaneceram apenas na memória dos que tiveram o prazer de desfrutar desses momentos.
Adaptações são necessárias no mundo corrido de hoje. Para sobreviver na era da globalização e digitalização não dá para manter o romantismo do jornalismo de outrora.
O advento da internet, a notícia 24 horas por dia, a incessante busca do on-line pelo “exclusivo”, “inédito” e o noticiário televisivo muitas vezes espetaculoso, contribuíram para as mudanças drásticas na forma de transmitir a informação do impresso. Não dá mais para o “velho jornal” ter um furo, por isso cabe ao impresso investir no aprofundamento dos fatos, “ser analítico, original e interpretativo”, como cita Álvaro Caldas.
“A não distinção do jornalismo na TV, sobre o que interessa ao público, e o que é de interesse público”, citado por Ricardo Noblat, vem afetando o jornalismo impresso. Oferecer ao leitor apenas o que ele quer, não é cumprir o dever do jornal, que é o de informar e conscientizar a população.
A maneira de trabalhar dos jornalistas mudou. A redação se modernizou. O jornal se informatizou. Contudo, o impresso sobreviveu. Os impérios - digital, do consumo e do dinheiro - tentaram, abalaram, mas não destruíram a essência do jornal diário.
Os áureos tempos da redação, a época da máquina de escrever, cigarros e jornalistas entrosados, amigos não retornaram, permaneceram apenas na memória dos que tiveram o prazer de desfrutar desses momentos.
Adaptações são necessárias no mundo corrido de hoje. Para sobreviver na era da globalização e digitalização não dá para manter o romantismo do jornalismo de outrora.
Assinar:
Postagens (Atom)